Pontos Turísticos de Firenze – Região 4: Chiesa di Ognisanti ou Basilica di San Salvatore de Todos di Ognisanti (Igreja de São Salvador de Todos os Santos)
Foi inicialmente patrocinada pela família Vespucci (veio daí o nome da futura cidade de Salvador e da Bahia de Todos os Santos no Brasil, por onde passou Americo Vespucci em 1502).
A igreja, iniciada em 1251 fazia parte dos “Umiliati”, uma congregação religiosa proveniente da Alexandria dedicada à evangelização e ao voto de pobreza, mas principalmente ao trabalho associado à vida religiosa, principalmente aquele relacionado ao processamento de lã e vidro.
O complexo foi concluído em 1294, estendendo suas propriedades até a parte externa das muralhas da cidade antiga, em uma área adequada à produção de lã, com suprimento de água por um canal do rio Arno.
O convento era, portanto, um verdadeiro centro do trabalho organizado, impulsionando nas redondezas o cresimento urbano de edifícios relacionados com a produção do complexo (casas para os artesãos e de tingimento).
Enquanto isso, a igreja foi sendo enriquecida com obras de arte de valor excepcional, graças ao patrocínio de algumas famílias do bairro, que tinha alcançado uma situação sócio-econômica mais elevada.
Do século XIV, por exemplo, o grande crucifixo do interior da igreja, conhecida como a cruz de "Giotto ao “Parente de Giotto” ou “Anônimo Giotesco", que por muito tempo era descrita como sendo de autor desconhecido, mas após uma restauração em 2005, revelou-se como sendo do mestre Giotto.
No século XV, a igreja ganhou obras de Ghirlandaio (que comissionado pela família de Americo Vespucci) e Sandro Botticelli (que está enterrado na igreja ao lado de sua amada Simonetta Vespucci).
São famosos também os afrescos “Santo Agostinho em seu estúdio” de Botticelli e “São Jerônimo em seu estúdio” de Ghirlandaio que foram executados simultaneamente em 1480.
"São Jerônimo em seu estúdio” de Ghirlandaio
“Santo Agostinho em seu estúdio” de Botticelli e o Texto sobre Frade Martino na imagem do livro
Interessante notar o curioso texto escrito no livro pintado por Botticelli atrás da imagem de Santo Agostinho que diz: “Onde está o frade Martino? Ele fugiu. E onde ele foi? Está além da Porta al Prato”; a interpretação destes versos jocosos é que o artista, ao passar vários dias trabalhando na igreja, notou estranhas idas e vindas de um monge e decidiu surpreendê-lo ao imortalizar suas escapadas.
De Ghirlandaio também são os afrescos da última ceia no refeitório do convento, agora um museu, obra que provavelmente influenciou Leonardo Da Vinci e a Madonna della Misericordia protegendo a família Vespucci, incluindo a imagem de Americo Vespucci como uma criança.
"Última Ceia" de Ghirlandaio no refeitório do convento
"Madonna da Misericórdia" de Ghirlandaio na Chiesa di Ognisanti
Durante o século seguinte, a Ordem teve sua força e prestígios enfraquecidos pelo espaço que a seda foi tomando em relação à produção de lã e, por ordem de Cosimo I, teve que mudar para o convento de Santa Caterina, deixando o mosteiro para uma Ordem Franciscana até então sediada no convento na igreja de San Salvatore al Monte, que trouxeram com eles seu mobiliário e suas obras de arte.
Na época, a nova odem reformou o complexo e construiu os dois claustros, quando a igreja foi consagrada em 1582 e dedicada a San Salvatore de Todos os Santos.
No início do século XVII, o claustro foi decorado com uma série de afrescos de grandes pintores da época com as histórias de São Francisco.
Em 1627 a igreja foi renovada com reformas radicais que determinaram a aparência da igreja de hoje, com novas pinturas e esculturas e o altar-mor em pedras preciosas.
Em 1637 foi realizada a fachada em pedra projetada por Matteo Nigetti em estilo florentino barroco, que foi posteriormente reconstruído em mármore travertino dois séculos depois por financiamento dos irmãos Antonio e Alessandro dei Medici Neofiti (novatos), uma família de judeus convertidos que tinha sido protegida pelos Medici e que tinham o mesmo brasão de armas de seus protetores.
Em 1866, os Franciscanos deixaram o Mosteiro, voltando para sua antiga sede e, desde 1923, o edifício com vista para Via Borgo Ognissanti tornou-se a sede do Quartel dos Carabinieri.
Atualmente, a igreja é gerida pelos Frades Franciscanos da Imaculada.
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